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quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Terapeuta e Palhaço têm em si o mesmo objetivo.

Palhaço e Terapeuta têm em seus ofícios um mesmo objetivo.

Aqui quem vos fala é Ana Mazzei, para muitos a Palhaça Maizzena e para poucos a Terapeuta Oriental.
Qual será a ligação entre uma e outra?
Qual é a relação entre um ofício e o outro?
São estas questões que me fizeram estar aqui escrevendo.
Sou Terapeuta Oriental com formação acadêmica em Magistério e Psicologia e especialista em Medicina Chinesa e Indiana há 16 anos, tendo feito várias formações nas mais conceituadas instituições de Medicina Chinesa e Indiana, no Rio de Janeiro. Tive a oportunidade de trabalhar em hospitais públicos, dar aulas e atender durante este tempo nos meus consultórios particulares, inclusive, hoje, em Lumiar.

Da mesma forma, Sou Palhaça e artista de rua (entre outras habilidades referentes a este ofício que não vem ao caso agora) fiz também várias formações nesta Arte, afinal Ser Palhaça requer muito estudo, muita dedicação, muito investimento, tanto financeiro quanto emocional.
Tive a oportunidade de aprender com grandes mestres nacionais e internacionais a Arte do Ser Palhaço.
Estudei este ofício e observei Mestres Palhaços como: Leo Bassi, Leris Colombaioni, Pepe Nuñes, Márcio Libar, João Carlos Artigos, Ricardo Pucceti, Chacovachi e podendo assistir e conviver com muitos outros, em eventos como “Anjos do Picadeiro”, que reúne Palhaços do mundo todo.

O que mais acho interessante abordar é que tanto o Terapeuta quanto o Palhaço têm em si a mesma semente: trabalhar com a verdade acima de tudo.

A Verdade não é absoluta, mas é pessoal e intransferível.

A busca terapêutica é por uma melhor aceitação do indivíduo por ele mesmo, para que, a partir desta conquista, se fortaleça e consiga não ser massacrado e achatado por uma sociedade que o rotula e o frustra a cada instante.

E o Palhaço o que é? Não é somente ladrão de mulher.

É outro caminho para o mesmo propósito. Ele se aceita como o grande perdedor, ele tem no erro seu maior instrumento de aceitação.

O público espera o tropeço, a torta na cara, o ridículo do Palhaço para rir. É por esta condição que consegue o carinho, respeito e admiração.

Neste momento todos se identificam com a sua derrota com a sua perda.

A CONDIÇÃO É PERDER.

Pensemos bem, nascemos, ganhamos a vida, já sabendo que vamos morrer em algum momento, que nem nós mesmos sabemos quando será, de que forma será. Em alguns casos até recebemos um aviso prévio, mas, de fato, não sabemos de nada.

O que interessa é que tudo somente terá sentido, se acreditarmos no que somos, para que somos e porque somos.

Essa é a verdade que nos conduzirá.

Sei que pode ser uma utopia, mas viver no mundo ao contrário onde quem sabe o Palhaço poderá ser o Super Herói do Século XXI, como diz Márcio Libar, nos faz pensar neste arquétipo como uma forma de assumirmos nossos erros, nossas fragilidades, nossas fraquezas e de encontrarmos nas nossas sombras nossa fortaleza e tentarmos construir uma sociedade mais humana onde se for ruim para um será ruim para todos.

Hoje, reconheço nos meus dois ofícios a possibilidade da desconstrução das máscaras sociais, que dará ao Ser Humano a liberdade verdadeira de, simplesmente, poder SER.


Ana Maizzena
Lumiar, 03 de setembro de 2009.

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